domingo, 28 de março de 2010

A Próxima Vítima

A Próxima Vítima foi uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo de 13 de março a 4 de novembro de 1995, às 20 horas e teve 203 capítulos. Foi escrita por Sílvio de Abreu com a colaboração de Alcides Nogueira e Maria Adelaide Amaral e dirigida por Jorge Fernando, Rogério Gomes e Marcelo Travesso. Com José Wilker, Suzana Vieira e Tony Ramos: protagonistas, Aracy Balabanian,Tereza Rachel e Vivianne Pasmanter: co-protagonistas, Cláudia Ohana, Alexandre Borges, Cecil Thiré(1995) e Otávio Augusto(2000) como os principais antagonistas.




Sinopse

Ana (Suzana Vieira), é amante de Marcelo (José Wilker) há vinte anos, com quem tem três filhos. Ana é uma mulher forte, batalhadora e dona de uma cantina italiana. Marcelo, por sua vez, é um aproveitador e mau-caráter. Ele é casado, por interesse, com uma mulher bem mais velha, a rica Francesca Ferreto (Tereza Rachel), mas vive um tórrido romance com a jovem, inescrupulosa e fogosa Isabela Ferreto (Cláudia Ohana), além de manter sua relação de anos com Ana. Sobrinha de Francesca, Isabela é noiva do rico e apaixonado Diego (Marcos Frota), que desconhece seu verdadeiro caráter.

A mansão dos Ferreto é o cenário para as traições de Marcelo e Isabela. Lá, também mora o casal Eliseo (Gianfrancesco Guarnieri) e Filomena (Aracy Balabanian). Irmã de Francesca, Filomena controla os negócios da família com punhos de ferro. Dominadora, ela manipula a vida de muitos personagens, principalmente a do marido, um homem humilhado e submisso. Carmela (Yoná Magalhães), a irmã mais nova de Francesca e Filomena, também vive na mansão. Ambiciosa e ressentida por ter sido abandonada pelo marido, ela vê na filha Isabela sua grande esperança para conseguir um lugar de destaque no mundo. Ao longo da novela, Carmela se envolve com o jovem Adriano (Luigi Palhares).

Com o passar do tempo, Francesca descobre o romance entre Marcelo e Ana e fica inconformada com o fato de ele ter três filhos com a amante. Logo no início da trama, Cesca vai viajar para surpreender seu marido com a amante e surge a notícia de que ela foi morta por envenenamento na própria sala do aeroporto…

Numa das cenas mais fortes da trama, Diego espanca Isabela e a empurra do alto da escada da mansão dos Ferreto, quando descobre que ela o traía com Marcelo. Tempos depois, é a vez de Marcelo sentir-se traído e esfaquear a adúltera no rosto.

Uma série de assassinatos, aparentemente sem motivo e conexão entre si, ocorre no desenrolar da trama. Instigada com a seqüência de mortes inexplicáveis, a jovem estudante de direito Irene (Vivianne Pasmanter) tenta descobrir não só o matador, mas quem será a próxima vítima. Ela inicia uma minuciosa investigação dos fatos, depois de ter o pai e a tia também assassinados. Irene descobre uma lista com códigos. É a famosa lista do "Horóscopo Chinês" com a data de nascimento de todas as sete vítimas.

Enquanto Irene trabalha como detetive, novas mortes vão acontecendo. A já citada lista do "Horóscopo Chinês", recebida pelas vítimas antes do crime, é só o que há de comum entre todas as mortes.

Um Opala preto vigia e segue as vítimas. Ao fim da trama, descobre-se que todos os que morreram tinham ligação entre si e estavam envolvidos num fato ocorrido anos antes. O assassino é, então, desmascarado: Adalberto (Cecil Thiré). Marido de Carmela Ferreto e pai de Isabela, ele havia sumido depois de ter gasto todo o dinheiro da esposa.

Zé Bolacha (Lima Duarte), é um alegre caminhoneiro, contador de histórias, que adora Guimarães Rosa e faz citações poéticas. Ele acaba se envolvendo com Irene, que é muito mais jovem. Ela, por sua vez, é filha de Helena (Natália do Vale), que se interessa por Juca (Tony Ramos), filho de Bolacha, formando um quadrilátero de paixões entre as duas famílias.

Simplório e verdadeiro, Juca é meio-irmão de Marcelo e dono de uma barraca de frutas no mercado municipal de São Paulo. Alheio ao amor de Helena, ele é perdida e irremediavelmente apaixonado por Ana.

Em uma de suas principais tramas paralelas, o autor abordou a questão do preconceito de brancos contra negros e vice-versa. A intenção era discutir se na verdade o grande preconceito no Brasil era o social, mais do que o racial. Para isso, um dos núcleos dramáticos é composto por uma família negra de classe média. O pai, Cleber Noronha (Antônio Pitanga), é um contador íntegro que trabalha para várias empresas. Casado com Fátima (Zezé Motta), uma secretária executiva, ele constrói uma família bem-sucedida. Os filhos são Sidney (Norton Nascimento), um gerente de banco, Jefferson (Lui Mendes), estudante de direito, e Patrícia (Camila Pitanga), que sonha em ser modelo.

A relação homossexual entre Jefferson e Sandro (André Gonçalves), filho de Ana e Marcelo também foi outro ponto alto de "A Próxima Vítima". O envolvimento entre os dois rapazes causou grande impacto sobre o público; com o agravante de ser um negro, e o outro, branco.

Lucas (Pedro Vasconcellos), no início da trama aparece internado numa clínica para dependentes químicos. Na trajetória do personagem mostrava-se a dificuldade enfrentada por ex-dependentes em se manter distantes dos entorpecentes.

Quitéria Quarta-Feira (Vera Holtz) é a melhor amiga e o apoio de Ana. Apesar do nome exagerado, não se trata de uma caricatura, é uma mulher digna e generosa. Prostituta por opção, ainda exerce a profissão e não faz disso um drama; tem grande alegria de viver.

Já a personagem Júlia Braga (Glória Menezes), tia de Irene, uma milionária que chega ao Brasil e se envolve numa campanha em prol dos menores de rua, serviu para discutir a questão do abandono no Brasil. A personagem foi inspirada na artista plástica Yvone Bezerra de Mello, que se dedicava intensamente à causa na época e que ajudava algumas das crianças que foram mortas na Chacina da Candelária em 1992, e em seu livro As ovelhas desgarradas e seus algozes.

As vítimas

* Giggio di Angelis: foi assassinado a tiros em 1968. Sua morte gerou os assassinatos posteriores. Em 1995, foi por queima de arquivo. Em 2000, foi por vingança.
* Leontina Mestieri: a sela do cavalo no qual andava foi afrouxada de propósito. Ela caiu e bateu a cabeça em uma pedra.
* Paulo Soares (Arnaldo Roncalho): atropelado pelo Opala preto no primeiro capítulo.
* Hélio Ribeiro: envenenado por um uísque na sala VIP do aeroporto.
* Josias da Silva: empurrado na linha do trem.
* Júlia Braga: Seu Uno foi fechado pelo Opala preto. O assassino saiu do Opala, e apontou uma arma para ela, atirando em seu peito sem lhe dar a menor chance de defesa. Morte instantânea.
* Ivete Bezerra: morta a pauladas em casa. Já havia sofrido um atentado e passou a fingir uma total invalidez. Ao ser descoberta pelo assassino, não escapou do segundo atentado.
* Kléber Noronha: empurrado no poço do elevador do prédio onde morava.
* Ulisses Carvalho: morto numa explosão da pizzaria.
* Eliseo Giardini: asfixiado por monóxido de carbono após levar uma coronhada na garagem da mansão dos Ferreto.

Assassinos e Assassinatos:

* Versão brasileira - Adalberto Vasconcellos matou 10 pessoas: Giggio di Angelis, as sete testemunhas do crime por queima de arquivo, Eliseo Giardini (a testemunha verdadeira) e Ulysses Carvalho (o informante), Isabela matou Andréa e Bruno matou Romana por vingança, Olavo matou Adalberto no final da trama.
* Versão internacional - Eliseo matou Giggio. Bruno matou Eliseo. Ulysses assassinou as sete testemunhas do assassinato do Giggio por vingança, forjou a própria morte e suicidou-se no final da trama ao ser descoberto por Olavo e Miroldo.

Paralelo aos assassinatos misteriosos em série, outros dois assassinatos ocorreram na trama, planejados ou executados pela vilã Isabela. O primeiro foi o de Andréa Barcelos, secretária do Frigorífico Ferreto, assassinada com um tiro pela vilã. Depois, foi Romana Ferreto, que foi afogada por Bruno na piscina da mansão dos Ferreto enquanto estava dopada. Bruno executava um plano de Isabela.

Na versão brasileira, veiculada em 1995, deve-se se lembrar que Ulisses Carvalho e Eliseo Giardini são as vítimas principais, já que Eliseo sabia que o assassino era Adalberto e Ulisses era um informante. Ao descobrir que Eliseo era a única e verdadeira testemunha de seu crime no passado e quando Ulysses não era mais necessário, assassinou os dois.

Na versão reprisada no ano 2000 (internacional), como Ulisses forjara a própria morte, significava que Eliseo era a principal vítima, já que este assassinara Giggio. Subornadas, as 5 testemunhas acusaram um contador do frigorífico que era pai de Ulisses. Quando descobre que seu pai morre na prisão, ele e Bruno, seu filho, decidem se vingar das testemunhas e de Eliseo, este assassinado por último.


Curiosidades

# "A Próxima Vítima" foi reapresentada na sessão Vale a Pena Ver de Novo, entre 10 de julho e 8 de dezembro de 2000, em 110 capítulos, as 14h20, de modo que a revelação do assassino das vítimas foi diferente, do da exibição original, em 1995.[1]
# O autor Sílvio de Abreu fez uma pequena homenagem ao amigo Gilberto Braga, batizando o cirurgião plástico que opera Isabela (Cláudia Ohana), quando Marcelo (José Wilker), lhe corta o rosto com uma faca, quando a vê transando com o gigolô Bruno (Alexandre Borges), na mesa da cozinha, como Dr. Felipe Barreto, personagem com a mesma profissão vivido por Antônio Fagundes em O Dono do Mundo, em 1991.[1] E o próprio Fagundes fez uma participação afetiva na história, em seu desfecho, como Astrogildo, um pretendente para a solteirona Nina, personagem de Nicette Bruno.
# Além do suspense, Sílvio de Abreu abordou temas polêmicos, como as drogas, com o personagem Lucas, vivido por Pedro Vasconcelos; a homossexualidade, com Sandrinho (André Gonçalves) e Jefferson (Lui Mendes); a prostituição por opção, com Quitéria Quarta-Feira, personagem de Vera Holtz. Fora isso, o amor com diferença de idade entre Carmela (Yoná Magalhães) e Adriano (Lugui Palhares) e entre Zé Bolacha (Lima Duarte) e Irene (Vivianne Pasmanter), além da relação claramente baseada no interesse entre Bruno (Alexandre Borges) e Romana (Rosamaria Murtinho). E colocou no ar uma família de negros de classe média alta.[1]
# Sílvio de Abreu, em entrevista, contou que A Próxima Vítima teve uma audiência tão grande na Rússia, que parava o país no horário em que era exibida. "Isso foi até comentado no jornal The New York Times, dos Estados Unidos. Em Cuba, foi a mesma coisa. O Silvio Santos esteve lá, na época, e me contou que todo mundo perguntava a ele quem era o assassino da história", relata o autor.
# Primeira novela do ator Alexandre Borges na Rede Globo. Sua estréia no veículo foi na novela Guerra sem Fim, em (1993), da Rede Manchete, sendo que sua estréia na Globo foi na minissérie Incidente em Antares, exibida no ano anterior, em (1994).
# Em Portugal, o processo contrário ocorreu: em 1995, o assassino foi Ulisses (Otávio Augusto), e, na reprise apresentada pela SIC em 2001, Adalberto (Cecil Thiré).












Assassino (1995)



Assassino (2000)

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