* Anos dourados é uma das melhores e mais apreciadas minisséries produzidas pela Rede Globo. Um bom texto do autor Gilberto Braga, com um irresistível apelo nostálgico, aliado a uma escalação de elenco bem feita e a direção apurada de Roberto Talma, deram ao público um espetáculo inesquecível.
* A minissérie foi reapresentada em três ocasiões: duas pela própria Rede Globo; de 4 de outubro a 4 de novembro de 1988, no mesmo horário e na íntegra, em 20 capítulos; em 1990, compactada em dez capítulos, dentro do Festival 25 Anos; e pelo canal de TV por assinatura Multishow, em 2005, nas homenagens aos quarenta anos da TV Globo, em dez capítulos novamente.
* O tema de abertura era a canção homônima de Tom Jobim. O cantor e compositor Chico Buarque, em parceria na qual lhe havia ficado a letra a fazer, não entregou o poema a tempo hábil antes da estréia da minissérie. Como seria estranho incluir a música cantada depois de o programa ter estreado, Anos dourados foi ao ar por completo com o tema de abertura apresentado apenas em versão instrumental.
* Por quase dez anos, Anos dourados foi a minissérie de maior média de audiência dentre as da Rede Globo. O recorde foi batido por Memorial de Maria Moura, em 1994.
* Excelente trabalho de Yara Amaral como a conservadora e moralista mãe da personagem Lourdes de Malu Mader.
* Em 1986, o último capítulo apresentou o destino dos personagens alguns anos depois. Nas reprises posteriores, o final não é apresentado, sendo substituído por uma edição de cenas da minissérie acompanhadas de "Anos dourados" cantada por Maria Bethânia. O final original só pode ser revisto no DVD, lançado em 2003.
* Em 2006, a Editora Globo lançou nas bancas de jornal a minissérie em DVD, em dois volumes.
Anos dourados é uma minissérie brasileira produzida pela Rede Globo e exibida pela primeira vez em 1986. Foi escrita por Gilberto Braga e dirigida por Roberto Talma.
Trama
Na sociedade do Rio de Janeiro dos "anos dourados" (a década de 1950), o amor dos jovens Lurdinha e Marcos tem de enfrentar diversos obstáculos para prosseguir. Conta também o romance de Glória, a mãe de Marcos, mulher desquitada, com um homem casado, o major Dornelles, que vive com Beatriz um casamento enfraquecido.
Elenco
* Malu Mader - Maria de Lourdes (Lurdinha Carneiro) * Felipe Camargo - Marcos * Isabela Garcia - Rosemary * Betty Faria - Glória * José de Abreu - Major Dornelles * Cláudio Corrêa e Castro - Dr. Carneiro * Yara Amaral - Celeste Carneiro * Nívea Maria - Beatriz Campos Dornelles * José Lewgoy - Brigadeiro Campos * Milton Moraes - Cláudio (Morreu) * Taumaturgo Ferreira - Urubu * Antonio Calloni - Claudionor * Lúcia Alves - Vitória * Jece Valadão - Gracindo * Tânia Scher - Marieta * Rodolfo Bottino - Lauro Campos Dornelles * Bianca Byington - Marina Campos Dornelles * Paula Lavigne - Marly * Denise Bandeira - Laís * Paulo Villaça - Joel * Maria Lúcia Dahl - Abigail (Bibi) * Helber Rangel - Rodolfo * Rosane Gofman - Lenita * Isabela Bicalho - Solange Campos Dornelles * Arthur Costa Filho - Olivério * Norma Geraldy - Tia Pequetita * John Herbert - Coronel * Izabella Bicalho - Solange
A Próxima Vítima foi uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo de 13 de março a 4 de novembro de 1995, às 20 horas e teve 203 capítulos. Foi escrita por Sílvio de Abreu com a colaboração de Alcides Nogueira e Maria Adelaide Amaral e dirigida por Jorge Fernando, Rogério Gomes e Marcelo Travesso. Com José Wilker, Suzana Vieira e Tony Ramos: protagonistas, Aracy Balabanian,Tereza Rachel e Vivianne Pasmanter: co-protagonistas, Cláudia Ohana, Alexandre Borges, Cecil Thiré(1995) e Otávio Augusto(2000) como os principais antagonistas.
Sinopse
Ana (Suzana Vieira), é amante de Marcelo (José Wilker) há vinte anos, com quem tem três filhos. Ana é uma mulher forte, batalhadora e dona de uma cantina italiana. Marcelo, por sua vez, é um aproveitador e mau-caráter. Ele é casado, por interesse, com uma mulher bem mais velha, a rica Francesca Ferreto (Tereza Rachel), mas vive um tórrido romance com a jovem, inescrupulosa e fogosa Isabela Ferreto (Cláudia Ohana), além de manter sua relação de anos com Ana. Sobrinha de Francesca, Isabela é noiva do rico e apaixonado Diego (Marcos Frota), que desconhece seu verdadeiro caráter.
A mansão dos Ferreto é o cenário para as traições de Marcelo e Isabela. Lá, também mora o casal Eliseo (Gianfrancesco Guarnieri) e Filomena (Aracy Balabanian). Irmã de Francesca, Filomena controla os negócios da família com punhos de ferro. Dominadora, ela manipula a vida de muitos personagens, principalmente a do marido, um homem humilhado e submisso. Carmela (Yoná Magalhães), a irmã mais nova de Francesca e Filomena, também vive na mansão. Ambiciosa e ressentida por ter sido abandonada pelo marido, ela vê na filha Isabela sua grande esperança para conseguir um lugar de destaque no mundo. Ao longo da novela, Carmela se envolve com o jovem Adriano (Luigi Palhares).
Com o passar do tempo, Francesca descobre o romance entre Marcelo e Ana e fica inconformada com o fato de ele ter três filhos com a amante. Logo no início da trama, Cesca vai viajar para surpreender seu marido com a amante e surge a notícia de que ela foi morta por envenenamento na própria sala do aeroporto…
Numa das cenas mais fortes da trama, Diego espanca Isabela e a empurra do alto da escada da mansão dos Ferreto, quando descobre que ela o traía com Marcelo. Tempos depois, é a vez de Marcelo sentir-se traído e esfaquear a adúltera no rosto.
Uma série de assassinatos, aparentemente sem motivo e conexão entre si, ocorre no desenrolar da trama. Instigada com a seqüência de mortes inexplicáveis, a jovem estudante de direito Irene (Vivianne Pasmanter) tenta descobrir não só o matador, mas quem será a próxima vítima. Ela inicia uma minuciosa investigação dos fatos, depois de ter o pai e a tia também assassinados. Irene descobre uma lista com códigos. É a famosa lista do "Horóscopo Chinês" com a data de nascimento de todas as sete vítimas.
Enquanto Irene trabalha como detetive, novas mortes vão acontecendo. A já citada lista do "Horóscopo Chinês", recebida pelas vítimas antes do crime, é só o que há de comum entre todas as mortes.
Um Opala preto vigia e segue as vítimas. Ao fim da trama, descobre-se que todos os que morreram tinham ligação entre si e estavam envolvidos num fato ocorrido anos antes. O assassino é, então, desmascarado: Adalberto (Cecil Thiré). Marido de Carmela Ferreto e pai de Isabela, ele havia sumido depois de ter gasto todo o dinheiro da esposa.
Zé Bolacha (Lima Duarte), é um alegre caminhoneiro, contador de histórias, que adora Guimarães Rosa e faz citações poéticas. Ele acaba se envolvendo com Irene, que é muito mais jovem. Ela, por sua vez, é filha de Helena (Natália do Vale), que se interessa por Juca (Tony Ramos), filho de Bolacha, formando um quadrilátero de paixões entre as duas famílias.
Simplório e verdadeiro, Juca é meio-irmão de Marcelo e dono de uma barraca de frutas no mercado municipal de São Paulo. Alheio ao amor de Helena, ele é perdida e irremediavelmente apaixonado por Ana.
Em uma de suas principais tramas paralelas, o autor abordou a questão do preconceito de brancos contra negros e vice-versa. A intenção era discutir se na verdade o grande preconceito no Brasil era o social, mais do que o racial. Para isso, um dos núcleos dramáticos é composto por uma família negra de classe média. O pai, Cleber Noronha (Antônio Pitanga), é um contador íntegro que trabalha para várias empresas. Casado com Fátima (Zezé Motta), uma secretária executiva, ele constrói uma família bem-sucedida. Os filhos são Sidney (Norton Nascimento), um gerente de banco, Jefferson (Lui Mendes), estudante de direito, e Patrícia (Camila Pitanga), que sonha em ser modelo.
A relação homossexual entre Jefferson e Sandro (André Gonçalves), filho de Ana e Marcelo também foi outro ponto alto de "A Próxima Vítima". O envolvimento entre os dois rapazes causou grande impacto sobre o público; com o agravante de ser um negro, e o outro, branco.
Lucas (Pedro Vasconcellos), no início da trama aparece internado numa clínica para dependentes químicos. Na trajetória do personagem mostrava-se a dificuldade enfrentada por ex-dependentes em se manter distantes dos entorpecentes.
Quitéria Quarta-Feira (Vera Holtz) é a melhor amiga e o apoio de Ana. Apesar do nome exagerado, não se trata de uma caricatura, é uma mulher digna e generosa. Prostituta por opção, ainda exerce a profissão e não faz disso um drama; tem grande alegria de viver.
Já a personagem Júlia Braga (Glória Menezes), tia de Irene, uma milionária que chega ao Brasil e se envolve numa campanha em prol dos menores de rua, serviu para discutir a questão do abandono no Brasil. A personagem foi inspirada na artista plástica Yvone Bezerra de Mello, que se dedicava intensamente à causa na época e que ajudava algumas das crianças que foram mortas na Chacina da Candelária em 1992, e em seu livro As ovelhas desgarradas e seus algozes.
As vítimas
* Giggio di Angelis: foi assassinado a tiros em 1968. Sua morte gerou os assassinatos posteriores. Em 1995, foi por queima de arquivo. Em 2000, foi por vingança. * Leontina Mestieri: a sela do cavalo no qual andava foi afrouxada de propósito. Ela caiu e bateu a cabeça em uma pedra. * Paulo Soares (Arnaldo Roncalho): atropelado pelo Opala preto no primeiro capítulo. * Hélio Ribeiro: envenenado por um uísque na sala VIP do aeroporto. * Josias da Silva: empurrado na linha do trem. * Júlia Braga: Seu Uno foi fechado pelo Opala preto. O assassino saiu do Opala, e apontou uma arma para ela, atirando em seu peito sem lhe dar a menor chance de defesa. Morte instantânea. * Ivete Bezerra: morta a pauladas em casa. Já havia sofrido um atentado e passou a fingir uma total invalidez. Ao ser descoberta pelo assassino, não escapou do segundo atentado. * Kléber Noronha: empurrado no poço do elevador do prédio onde morava. * Ulisses Carvalho: morto numa explosão da pizzaria. * Eliseo Giardini: asfixiado por monóxido de carbono após levar uma coronhada na garagem da mansão dos Ferreto.
Assassinos e Assassinatos:
* Versão brasileira - Adalberto Vasconcellos matou 10 pessoas: Giggio di Angelis, as sete testemunhas do crime por queima de arquivo, Eliseo Giardini (a testemunha verdadeira) e Ulysses Carvalho (o informante), Isabela matou Andréa e Bruno matou Romana por vingança, Olavo matou Adalberto no final da trama. * Versão internacional - Eliseo matou Giggio. Bruno matou Eliseo. Ulysses assassinou as sete testemunhas do assassinato do Giggio por vingança, forjou a própria morte e suicidou-se no final da trama ao ser descoberto por Olavo e Miroldo.
Paralelo aos assassinatos misteriosos em série, outros dois assassinatos ocorreram na trama, planejados ou executados pela vilã Isabela. O primeiro foi o de Andréa Barcelos, secretária do Frigorífico Ferreto, assassinada com um tiro pela vilã. Depois, foi Romana Ferreto, que foi afogada por Bruno na piscina da mansão dos Ferreto enquanto estava dopada. Bruno executava um plano de Isabela.
Na versão brasileira, veiculada em 1995, deve-se se lembrar que Ulisses Carvalho e Eliseo Giardini são as vítimas principais, já que Eliseo sabia que o assassino era Adalberto e Ulisses era um informante. Ao descobrir que Eliseo era a única e verdadeira testemunha de seu crime no passado e quando Ulysses não era mais necessário, assassinou os dois.
Na versão reprisada no ano 2000 (internacional), como Ulisses forjara a própria morte, significava que Eliseo era a principal vítima, já que este assassinara Giggio. Subornadas, as 5 testemunhas acusaram um contador do frigorífico que era pai de Ulisses. Quando descobre que seu pai morre na prisão, ele e Bruno, seu filho, decidem se vingar das testemunhas e de Eliseo, este assassinado por último.
Curiosidades
# "A Próxima Vítima" foi reapresentada na sessão Vale a Pena Ver de Novo, entre 10 de julho e 8 de dezembro de 2000, em 110 capítulos, as 14h20, de modo que a revelação do assassino das vítimas foi diferente, do da exibição original, em 1995.[1] # O autor Sílvio de Abreu fez uma pequena homenagem ao amigo Gilberto Braga, batizando o cirurgião plástico que opera Isabela (Cláudia Ohana), quando Marcelo (José Wilker), lhe corta o rosto com uma faca, quando a vê transando com o gigolô Bruno (Alexandre Borges), na mesa da cozinha, como Dr. Felipe Barreto, personagem com a mesma profissão vivido por Antônio Fagundes em O Dono do Mundo, em 1991.[1] E o próprio Fagundes fez uma participação afetiva na história, em seu desfecho, como Astrogildo, um pretendente para a solteirona Nina, personagem de Nicette Bruno. # Além do suspense, Sílvio de Abreu abordou temas polêmicos, como as drogas, com o personagem Lucas, vivido por Pedro Vasconcelos; a homossexualidade, com Sandrinho (André Gonçalves) e Jefferson (Lui Mendes); a prostituição por opção, com Quitéria Quarta-Feira, personagem de Vera Holtz. Fora isso, o amor com diferença de idade entre Carmela (Yoná Magalhães) e Adriano (Lugui Palhares) e entre Zé Bolacha (Lima Duarte) e Irene (Vivianne Pasmanter), além da relação claramente baseada no interesse entre Bruno (Alexandre Borges) e Romana (Rosamaria Murtinho). E colocou no ar uma família de negros de classe média alta.[1] # Sílvio de Abreu, em entrevista, contou que A Próxima Vítima teve uma audiência tão grande na Rússia, que parava o país no horário em que era exibida. "Isso foi até comentado no jornal The New York Times, dos Estados Unidos. Em Cuba, foi a mesma coisa. O Silvio Santos esteve lá, na época, e me contou que todo mundo perguntava a ele quem era o assassino da história", relata o autor. # Primeira novela do ator Alexandre Borges na Rede Globo. Sua estréia no veículo foi na novela Guerra sem Fim, em (1993), da Rede Manchete, sendo que sua estréia na Globo foi na minissérie Incidente em Antares, exibida no ano anterior, em (1994). # Em Portugal, o processo contrário ocorreu: em 1995, o assassino foi Ulisses (Otávio Augusto), e, na reprise apresentada pela SIC em 2001, Adalberto (Cecil Thiré).
Herivelto de Oliveira Martins (Engenheiro Paulo de Frontin, 30 de janeiro de 1912 — Rio de Janeiro, 17 de setembro de 1992) foi um compositor, cantor, músico e ator brasileiro.
Biografia
Filho do agente ferroviário Felix Bueno Martins e da costureira e doceira Dona Carlota, nascido no distrito de Rodeio, em Engenheiro Paulo de Frontin, Herivelto Martins, aos três anos de idade, já se apresentava de casaca, declamando versos em eventos organizados por seu pai.
Em 1916, a família mudou-se para Barra do Piraí, onde "seu" Félix fundou a Sociedade Dramática Dançante Carnavalesca Florescente de Barra do Piraí, que além de bailes, criava e dirigia espetáculos teatrais. Ele organizou, ainda, o grupo Pastorinhas de Barra do Piraí, que se apresentava no Natal, com Herivelto vestido de Papai Noel.
As atividades artísticas do pai motivaram o pequeno Herivelto a criar o seu próprio grupo teatral, com seus irmãos Hedelacy, Hedenir e Holdira e algumas meninos da vizinhança. Aos 9 anos de idade, compôs a paródia Quero Uma Mulher Bem Nua (Quiero una mujer desnuda) e o samba Nunca Mais, que não foi gravado.
Aos 10 anos aprendeu música na Sociedade Musical União dos Artistas, de Barra do Piraí, onde tocou bombardino, pistom, e caixa, até a idade de 19 anos, mas apresentava preferência pelo violão e cavaquinho, que já "arranhava". Entre 1922 e 1931, participou como músico da banda da Sociedade Musical União dos Artistas de Barra do Piraí.
Os problemas financeiros eram constantes, assim como as discussões domésticas. Herivelto e seus irmãos ajudavam, vendendo os doces que sua mãe fazia. A família acabou falindo e perdendo a casa, para pagamento de dívidas da Sociedade fundada por "Seu" Félix. Aos 12 anos de idade, Herivelto foi ser caxeiro em uma loja de móveis, emprego que o pai lhe arranjou.
Em 1925, com apenas 13 anos, Herivelto conheceu os artistas circenses Zeca Lima e Colosso, que passavam pela cidade, e com eles formou um trio e seguiu para Juparanã, onde apresentaram um grandioso espetáculo. Durante um ano, o trio apresentou-se pelo interior do Rio de Janeiro, até que, procurados pela Polícia, Colosso e Zeca Lima foram presos em Vassouras e o delegado mandou Herivelto para casa.
Em 1930, com a promoção de "Seu" Félix, a família foi morar no Brás, a Rua Saião Lobato, em São Paulo e se empregou em um botequim, onde ganhou o apelido de Carioca.
Após mais uma discussão com o pai, aos 18 anos de idade e com apenas 1 conto e 200 réis no bolso, Herivelto partiu para o Rio de Janeiro, com o desejo de tentar uma carreira artística. Ele passou a dividir o aluguel de um pequeno quarto com seu irmão, Hedelacy, e mais seis rapazes, quatro deles mortos na Revolução de 32. Para sobreviver, teve de vender o relógio Roskoff "Estrada de Ferro", presente de seu padrinho.
No Rio de Janeiro, Herivelto foi palhaço de circo, vendedor, ajudante de contabilidade e, aos sábados, fazia barbas na barbearia onde o irmão Hedelacy trabalhava. Com o dinheiro da gorjeta, garantia o "Feijão à Camões" (prato fundo com feijão preto e uma colher de arroz no meio), do Bar de "Seu" Machado", da semana.
Foi no Bar de "Seu" Machado que Herivelto recebeu o convite de "Seu" Licínio, para gerenciar sua barbearia no Morro de São Carlos. Era sua oportunidade de conhecer os grandes sambistas que ali moravam. Foi no São Carlos onde Herivelto conheceu o compositor José Luis da Costa - Príncipe Pretinho - que lhe apresentou a J.B. de Carvalho, do Conjunto Tupi, amigo do dono da gravadora RCA Victor.
Em 1932, Herivelto Martins, através de uma parceria com J.B. de Carvalho, conseguiu lançar, pela RCA Victor, sua composição Da Cor do Meu Violão, homenagem a uma namorada que teve no bairro do Carvão, em Barra do Piraí, que seu pai insistia em dizer que era escura demais para ele. A marchinha fez grande sucesso no carnaval daquele ano, o que levou Herivelto a integrar o coro do Conjunto Tupi como ritmista. Ele inovou ao fazer breques durante as gravações, quando isso não era permitido, e por essa e outras iniciativas, Mister Evans, diretor geral da RCA Victor, o promoveu a diretor do coro.
Em 1933, Herivelto teve mais duas músicas gravadas: O Terço do Zé Faustino, com Euclides J. Moreira, pelo Conjunto Tupi, e O Enterro da Filomena, pelo Conjunto RCA.
Em uma época em que o samba ainda não havia descido o morro e ganhado a cidade, Herivelto criou várias músicas para homenagear a Estação Primeira de Mangueira, entre elas: Saudosa Mangueira e Lá em Mangueira.
Em 1976, Teixeirinha grava a música: "Caminhemos".
Em 1986, Herivelto Martins foi homenageado pela escola de samba Unidos da Ponte, com o enredo Tá na hora do samba, que fala mais alto, que fala primeiro, o homenageado participou do desfile.
A Dupla Preto e Branco
Em 1932, Herivelto Martins conheceu Francisco Sena, seu colega no Conjunto Tupi, e com ele começou a ensaiar algumas canções, entre as quais a música Preto e Branco. No ano seguinte, o Teatro Odeon estava em busca de um grupo que pudesse se apresentar nos intervalos das sessões. O Conjunto Tupi se apresentou e não foi aprovado. A convite de Vicente Marzulo, Herivelto e Francisco fizeram o teste, em dueto, chamando a atenção de todos. Foram contratados. o nome da Dupla, O Preto e O Branco, foi dado por Marzulo. Herivelto passou a compor para a dupla.
Em 1934, Herivelto gravou, com Francisco Sena, o primeiro disco da Dupla Preto e Branco, lançado pela Odeon, contendo os sambas Quatro Horas, com Sena, e Preto e Branco, de sua autoria. Compôs, em parceria com Francisco Sena, as marchas A Vida é Boa, gravada por Carlos Galhardo e Vamos Soltar Balão, gravada pela Dupla. Gravou, ainda, Como é Belo, de Gastão Viana e Pereira Filho.
Em 1935, a Dupla Preto e Branco gravou as marchas Bronzeada, de Moisés Friedman e Pedro Paraguassu, Passado, presente, futuro, de sua autoria, Um pouquinho só e Bela morena, ambas de Príncipe Pretinho, e fez algumas apresentações na Rádio Tupi do Rio de Janeiro, mas o sucesso foi interrompido com a morte de Francisco Sena.
Herivelto passou a atuar sozinho, até ser contratado pelo Teatro Pátria, de Pascoal Segreto, no Largo da Cancela, em São Cristóvão, onde criou o palhaço caipira Zé Catinga, que fez muito sucesso, principalmente com as crianças. No ano seguinte, um amigo de infância de Herivelto lhe apresentou seu irmão, o cantor e compositor Nilo Chagas, com quem formou a nova Dupla Preto e Branco, por ter gostado da voz de Nilo.
Em 1937, a Dupla Preto e Branco gravou, junto com Dalva de Oliveira, o batuque Itaquari e a marcha Ceci e Peri, ambas do Príncipe Pretinho. O disco foi um sucesso, rendendo várias apresentações nas Rádios. Foi César Ladeira, em seu programa na Rádio Mayrink Veiga, que pela primeira vez anunciou o Trio de Ouro.
Os Casamentos
No início da década de 30, Herivelto conheceu Maria Aparecida Pereira de Mello, sua primeira mulher, com quem teve os filhos Hélcio Pereira Martins e Hélio Pereira Martins. A convivência durou, aproximadamente, cinco anos. Se separaram por Maria não aguentar mais as bebedeiras e traições de Herivelto.
Em 1935, no Cine Pátria, Herivelto conheceu Dalva de Oliveira e passaram a cantar em dueto. Iniciaram um namoro e, no ano seguinte, iniciaram uma convivência conjugal, oficializada em 1939 num ritual de umbanda, que gerou os filhos Pery Ribeiro e Ubiratan de Oliveira Martins. A União durou até 1947, quando as constantes brigas e traições da parte dele deram fim ao casamento. Mesmo casado, passava as noites fora de casa, bêbado e com prostitutas. Em 1949, após a separação oficial do casal e o final da primeira formação do Trio de Ouro, Herivelto e Dalva iniciaram uma discussão, inclusive através das composições que gravaram, bastante explorada pelos jornais e revistas da época. Ele não aceitou o que ele chamou de traição: separados de corpos, mas morando dentro de casa, ele pega Dalva com um homem na cama, em Caracas, na Venezuela, onde foram fazer shows. A partir daí, ele sai de casa,tira a guarda dos filhos dela e os manda para um internato e passa a publicar em todos os jornais que Dalva é prostituta e promove orgias dentro de casa, o que a levou a fazer as canções "de guerra" um para o outro.
Em 1946, Herivelto passou a namorar a Aeromoça Lurdes Nura Torelly, uma mulher desquitada que tem um filho do 1º casamento. Ela é rica e é prima do Barão de Itararé, e em 1952, passaram a viver juntos, tendo oficializado a união em 1978. Herivelto e Lurdes geraram os filhos: Fernando José (já falecido), a atriz Yaçanã Martins e Herivelto Filho, além dele criar o filho de Lurdes como seu. O casamento durou 44 anos, até a morte de Lurdes, em 1990. A única esposa que mais respeitou e não traiu foi Lurdes. Só a traiu uma vez com Dalva, que estava muito sozinha e Herivelto se aproveitou e dormiu com ela. Foi muito feliz com Lurdes, que era doce e calma, Dalva era intensa e explosiva.
Vicentina de Paula Oliveira, conhecida como Dalva de Oliveira, (Rio Claro, 5 de maio de 1917 — Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1972) foi uma cantora brasileira.
Biografia
Filha de um carpinteiro e clarinetista nas horas vagas, o Mário Carioca, e da portuguesa Alice Oliveira, Dalva nasceu em 5 de maio de 1917 na cidade de Rio Claro, São Paulo. Em 1935, no Cine Pátria, Dalva conheceu Herivelto Martins que que formava ao lado de Francisco Sena o dueto Preto e Branco; foi terminado o dueto e nascia o Trio de Ouro. Iniciaram um namoro e, no ano seguinte, iniciaram uma convivência conjugal, oficializada em 1939 num ritual de Umbanda, que gerou os filhos: Pery Ribeiro e Ubiratan de Oliveira Martins. A União durou até 1947, quando as constantes brigas e traições por parte de Herivelto deram fim ao casamento. Em 1949, oficializaram a separação. Em 1952, após ganhar o título de Rainha do Rádio, Dalva de Oliveira excursionou pela Argentina, ocasião em que conheceu Tito Clement, empresário que se tornou seu segundo marido, e com ele teve uma filha chamada Dalva Lúcia de Oliveira Clement, a qual Dalva brigou na justiça pela guarda da menina, que fica com o marido. Em 1963, Dalva de Oliveira e Tito Clement se separaram. Ela volta ao Brasil, sendo que a filha vai visitá-la nas férias, como os filhos que estão no internato. Mais tarde, ela conhece Manuel Nuno Carpinteiro, muitos anos mais jovem, que se tornaria seu último marido.
Carreira
Em 1937, a Dalva gravou, junto com a Dupla Preto e Branco, o batuque Itaquari e a marcha Ceci e Peri, ambas do Príncipe Pretinho. O disco foi um sucesso, rendendo várias apresentações nas Rádios. Foi César Ladeira, em seu programa na Rádio Mayrink Veiga, que pela primeira vez anunciou o Trio de Ouro. Em 1949 deixou o trio, quando excursionavam pela Venezuela com a Companhia de Dercy Gonçalves. Em 1951 retomou a carreira solo, lançando os sambas Tudo acabado (J. Piedade e Osvaldo Martins) e Olhos verdes (Vicente Paiva) e o samba-canção Ave Maria (Vicente Paiva e Jaime Redondo), sendo os dois últimos grandes sucessos da cantora. No ano seguinte foi eleita Rainha do Rádio, e excursionou pela Argentina, apresentando-se na Rádio El Mundo, de Buenos Aires, na qual conheceu Tito Clement, que se tornou seu empresário e depois marido, pai de sua filha, como mencionado anteriormente. Ainda em 1951, filmou Maria da praia, dirigido por Paulo Wanderley, e Milagre de amor, dirigido por Moacir Fenelon.
No dia 18 de agosto de 1965, sofreu um acidente automobílistico na cidade do Rio de Janeiro, que resultou na morte por atropelamento de três pessoas.
Morte
Três dias antes de morrer, Dalva pressentiu o fim e, pela primeira vez, em sua longa agonia de quase três meses, falou da morte. Ela tinha um recado para sua amiga Dora Lopes, que a acompanhou no hospital: "Quero ser vestida e maquiada, como o povo se acostumou a me ver. Todos vão parar para me ver passando". Ela faleceu em 30 de agosto de 1972, vítima de uma hemorragia interna provavelmente causada por um câncer. A cantora viveu o apogeu nos anos 30, 40 e 50.
A cantora Dalva de Oliveira canta um de seus maiores sucessos, a carnavalesca "Estrela do Mar". Número musical do filme, "Tudo Azul" (1952), de Moacyr Fenelon.
A última apresentação de Dalva na TV Tupi, início dos anos 70. Ela canta Neste Mesmo Lugar:
Dalva e Herivelto - Uma canção de amor foi uma microssérie brasileira produzida pela Rede Globo, escrita por Maria Adelaide Amaral, com a colaboração de Letícia Mey e Rodrigo Arantes do Amaral com direção de Vinicíus Coimbra, Dennis Carvalho e Cristiano Marques e direção núcleo com Dennis Carvalho
Cinquentinha foi uma minissérie brasileira produzida pela Rede Globo e escrita por Aguinaldo Silva, com colaboração de Maria Elisa Berredo, com direção geral e de núcleo de Wolf Maya, protagonizada por Susana Vieira, Marília Gabriela e Betty Lago, co-protagonizada por Thaís de Campos, Ângela Vieira e Dalton Vigh e antagonizada por Maria Padilha. Sua estreia ocorreu no dia 8 de Dezembro de 2009, com desfecho previsto para o dia 18 de Dezembro de 2009, totalizando oito episódios, exibidos de terça-feira a sexta-feira.
Sinopse
Lara Romero é uma atriz falida com a carreira no fim, que não diz a sua idade nem morta, e morre de medo que descubram seu nome verdadeiro, Aretuza Pena, e vive numa casa enorme com a neta Bárbara e a filha Celina, a quem sempre anulou. Celina guarda um segredo: a identidade do pai de Barbára, que na realidade é Claus, ex-amante de Lara, sua mãe.
Mariana Santoro é uma fotógrafa de sucesso com seu próprio estúdio, mas que tem uma volta de problemas dramáticos quando seu neto descobre que ela namorava o seu melhor amigo, Eduardo, de apenas 19 anos. Na mesma noite, ela fica bêbada e acorda do lado de uma antiga amiga lésbica, Leila Fratelli, que se apaixona por ela.
Rejane Batista é uma ex hippie que está sem casa, mas quando vai morar com a neta, descobre que ela está tentando se mudar para favela para ficar com seu namorado, um traficante.
A vida de todas elas da uma enorme batida quando são chamadas para o enterro e leitura de testamento do seu ex-marido, Daniel. E descobrem que metade de sua fortuna iria para os seus filhos e a outra metade iria ser competida pelas suas ex-esposas, que estariam competindo tentando tirar as empresas dele da falência. Tudo isso acaba acarretando vários problemas.
Mariana, agora tem que aguentar o seu ex-genro, João Alfredo, que interesseiro, quer roubar um pouco da herança se casando de novo com Becky, filha de Mariana e aparecendo oferecendo seus serviços para ajudar no plano de recuperação das empresas, e além disso, parece ter feito outro amigo de seu neto Gabriel, Sávio, de 21. Lara passa a ter que aguentar Eliete Queiroz, que está atrás da verdade da idade e nome dela depois que ela foi demitida do estúdio. E Rejane tenta mudar a cabeça da neta enquanto arranja várias discussões com Fátima, a namorada de seu filho, Daniel Jr.
As três ainda deverão tomar cuidado com o suposto quarto filho de Daniel, Carlo Berganti, que fará de tudo para afastar todos e assumir sozinho os negócios de sua nova família.
O filme conta a história de Olga Benário Prestes. Nascida em Munique, na Alemanha, em 1908, filha de pais judeus, Olga tornou-se uma ativista do comunismo. Após libertar seu namorado Otto Braun da cadeia, eles são forçados a fugir para a União Soviética, onde recebem treinamento de guerrilha. Olga logo se destaca no Partido Comunista, onde conhece Luís Carlos Prestes, que viria a se tornar um dos principais líderes comunistas do Brasil. Em 1934, quando Prestes volta ao Brasil, designado pela Internacional Comunista para liderar uma revolução armada, Olga é designada para escoltá-lo. Passam a viver na clandestinidade enquanto planejam a derrubada do governo de Getúlio Vargas. Durante este período, a relação amorosa entre Prestes e Olga amadurece e ela fica grávida em 1935. Quando o movimento revolucionário é derrotado pelas forças de Vargas, Olga e Prestes são presos pelo duro chefe de polícia Filinto Müller. Diante de rumores de que seria deportada, Olga divulga sua gravidez e solicita asilo político por ser casada e estar grávida de Prestes. O governo Vargas, que neste momento simpatizava com a ditadura de Adolf Hitler, deporta Olga, mesmo grávida de sete meses. Na prisão alemã, dá à luz uma filha que batiza de Anita Leocádia, em homenagem a D. Leocádia, mãe de Prestes. Após o período de amamentação, a menina foi retirada de Olga e entregue à D. Leocádia. Após anos de prisão em campos de concentração, durante os quais a opinião pública internacional fez inúmeras tentativas de libertá-la, Olga é morta na câmara de gás. Somente anos depois, Prestes e sua filha leriam a última carta de Olga, onde faz uma comovente despedida.
Elenco
Camila Morgado - Olga Benário Renata Jesion - Elise Ewert Sabo Caco Ciocler - Luís Carlos Prestes Osmar Prado - Getúlio Vargas Floriano Peixoto - Filinto Muller Fernanda Montenegro - Dona Leocádia Prestes Luís Melo - Léo Benário Anderson Müller - Paul Gruber Murilo Rosa - Estevan Werner Schünemann - Arthur Ewert Guilherme Weber - Otto Braun Mariana Lima - Lígia Prestes Eliane Giardini - Eugénie Benário Jandira Martini - Sarah Milena Toscano - Hannah Klaus Couto - Adolf Hitler